segunda-feira, 28 de março de 2011

o dos castelos

Ora vamos então começar com os poemas da nossa ainda não desvendada Mensagem cujo título é "O dos Castelos". "O"???o que quer dizer FP? Que te parece, amiguinha?? Vou ficar à espera das tuas observações sobre o título e sobre o poema.O que sentiste quando o leste? que palavras, que sentidos? O que te parece que está aí de mensagem??
O DOS CASTELOS
A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.

O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.

Fita, com olhar esfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.

O rosto com que fita é Portugal.
****************************************************************************
Elisa, estás bem? Como te tens aguentado?? Espero ver-te logo que possas para almoçarmos. Grd bj

4 comentários:

  1. Nem acredito. Já tinha o comentário feito e perdi tudo. Não há maneira de eu me entender definitivamente com os comentários do blog…
    Vamos lá a ver se eu consigo escrever tudo de novo.
    Depois de ler o poema, fui ver no Google o mapa da Europa para tentar visualizar os braços e os cotovelos de que FP fala ao personificar a Europa.
    Tentei perceber as razões que teriam levado FP a destacar a Itália, a Inglaterra e a Grécia entre todos os outros países da Europa. No que refere á Itália e à Grécia, parece-me meritório destacar esses países, dado que eles estão associados a duas civilizações relevantes na história da Europa: a grega e a romana. Quanto à Inglaterra, confesso que não lhe encontro nada comparado à Itália ou à Grécia, a menos que FP tenha valorizado muito o papel da Inglaterra no desenvolvimento do comércio marítimo ou na sua intervenção durante a 2ª Guerra Mundial ou no desenvolvimento da Europa no após guerra. Mesmo assim acho que fica longe da importância das 2 civilizações mencionadas.
    Quanto ao rosto da Europa, parece-me bastante claro que é Portugal o país escolhido por FP. É um rosto que fita para Ocidente, e a Ocidente de Portugal apenas se vê o Mar. Fita este Mar com olhar fatal, talvez porque para o desbravar tenha sido necessário correr ricos incalculáveis, partir à aventura com fracos meios.
    “Fita o Ocidente… Futuro do passado”. Interpreto-o da seguinte forma: a descoberta do Mar veio a dar um novo rumo à Europa, criando Novas Oportunidades ao povo europeu (nessa altura não se chamava CNO)
    Fica assim a ideia de que Portugal foi a chave que abriu a porta para um mundo novo.
    Assim sendo, “O dos castelos” é a forma como FP se refere a este nosso país, mas refere-se de uma forma como se o estivesse a chamar, pelo menos parece-me. De resto os castelos fazem e sempre fizeram parte da nossa bandeira, creio eu.
    Fica por entender “Fitar com olhar esfíngico”. Deixo para ti, Zézita, essa explicação, para além de desfazeres e refazeres estes meus devaneios.

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Voltei a pensar melhor sobre uma coisa que escrevi. Afinal já não me parece que FP quando refere "O dos castelos" o esteja a fazer em tom de chamamento, nesse caso diria "Ó dos castelos". Em vez disso, ao usar o artigo definido masculino do singular "o", talvez FP pretenda dizer que Portugal é afinal único, aquele que pode ficar conhecido como o dos castelos, os mesmos castelos que desempenharam um papel importante na formação do seu território.

    ResponderEliminar
  3. Portugal é apresentado por F. Pessoa, através do desenvolvimento de uma personificação ("A Europa jaz posta nos
    cotovelos...fitando...cabelos", como o rosto dessa Europa, marcada por influências de outros povos, clássicas ("olhos gregos")e, até inglesas...O Rosto dessa Europa, Portugal -o último verso- "fita" o Ocidente, o Mar, como um Destino("fatal")do Passado (Descobertas)e do Futuro(um Novo Império, o Quinto).
    Gostei de colaborar!!!Bjs. de MIM

    ResponderEliminar
  4. Então? Ninguém conversa? Eu vou retomar...e continuar...
    Pois é, o rosto da Europa - personificada - é Portugal! Reparem que a configuração geográfica da Península Ibérica é uma cabeça cujo rosto é,digamos, Portugal. E, esse rosto "fita", com "olhar esfíngico e fatal", o Mar (Ocidente). F.Pessoa sugere, deste modo, a predestinação, como um destino fatal, para a Viagem, quer no espaço (Mar) quer no tempo: no "passado", os Descobrimentos e o Império de Além-mar; no "futuro", um Novo Império que será o Quinto.

    ResponderEliminar